segunda-feira, 23 de maio de 2011

Expavi:"O Hip Hop está Vivo "

Expavi
Hoje o hip hop é um estilo musical que tem cativado um numero cada vez maior principalmete de jovens. Vários álbuns todos os anos a saírem e das musicas que mais tocam na comunidade mais jovens. Está arte tem sido alvo de criticas e censuras. Para entender esta forma de arte conversamos com um dos grandes impulsionadores desse movimento. Expavi que é produtor musical e sua casa é um estúdio de gravação onde os jovens gravam as suas faixas musicais.

Quando estamos a falar de hip hop sobre o que estamos a falar. Afinal o que é o hip hop?
É uma forma de luta, sabemos que quando viemos em barcos de escravos e coloraram-nos em guettos, senzalas, criamos uma forma onde podíamos reivindicar. O hip hop é uma das vertentes deste movimento. Criamos danças, fizemos pinturas estávamos em tudo isso. As pessoas criaram rimas para mostrar que estavam vivas. Quando fizemos isso criaram mais alguns problemas. Quando dizemos hip hop é uma forma de dizer que estamos a cantar e a mexer o corpo. O HIP HOP é uma cultura. Hip hop é algo que vivemos e a música rap é algo que fazemos, é uma forma de vida como disse. Assim foi ganhando o seu espaço e hoje é feito como hobbie e como forma de ganhar a vida.
Então HIP HOP é uma cultura
Sim!
E comporta alguns elementos. Quais sãos estes elementos?
BeeBoy, que é break dance, grafite que é pintura feito pelo writer. Ainda temos o beat box que faz as batidas. E tem outros elementos que é o street knowledje (conhecimento de rua), street languege (linguagem de rua) e você os encontra nas ruas como uma forma de vestir e de falar.

Está cultura começou a ganhar forma na América?
Como disse, depois dos barcos de escravo, senzala passou para os guetos onde começaram a criar espaço e de lá começaram a mostrar a sua criatividade a dançar. Pessoas que emigraram da Jamaica faziam actividades onde faziam Freestyle (estilo livre). Isto começou a ganhar expressão em Nova York, em Bronx e de lá começaram e chegou hoje onde chegou.

As vezes o hip hop é visto como uma cultura Americana?
Os próprios americanos sabem que não é assim. As pessoas pensam que veio da América mas é mentira mas é uma cultura importada pela América.

É cultura aberta a novas coisas. São Vicente tem adicionado algo a cultura?
São Vicente tem adicionado algo de novo. Inclusive quando ouvirdes estes novos álbuns que vão sair, vais notar a cultura cabo-verdiana mais firme. Lyricalmente já uma grande preocupação com este aspecto, é uma frase de Cabral, de Tupac, é uma frase de Orlando Pantera, Renato Cardoso, compreendes, há muito que estamos introduzindo, musicalmente ainda temos que introduzir através de um sample de Cabo Verde que tem haver connosco. No meu novo trabalho “historia k´nunca esh kontob” vais senti-lo. Algo novo que tentamos trazeres que faz parte de nos também mostra que damos valor a nossa cultura e que estamos vivos.

E em cabo verde onde podemos encontrar a origem do HIP HOP
Do que sei foi entre 94 -95. Começou com Ice Company, Mitu, grande mestre. Contaram-me que quando começou entre os seus amigos pensou que não ia dar porque só podia cantar em inglês. Mas conseguiram transformá-lo e começou a arranjar beat e começamos a cantar. Um sonho tornou realidade. Este é Mitu a contar-me. Isto em 94. Ainda Vick estava vivo. Foram cantar na Praia e morreu, Black Side estava lá. Tiveram um acidente e só Vick morreu. Foram mostrar o que nos mostramos todos os dias e todas as horas. Mas nos que tomamos a caminhada.

Em comparação com o antes e o agora no hip hop cabo-verdiano?
Naquele tempo era mais complicado, só beat americano, tinha que tirar a voz pôr o flow em cima. Outra coisa que era estranho cantar em crioulo em cima dos beat, mas nos adaptamos e tudo ficou normal. E vemos Ice Company cantar musicas como “rabadob NHontone” e outras musicas que falavam da política social e todas estas coisas. Essas músicas tomaram Cabo Verde inteiro e vão ficar para sempre nas nossas vidas.

O diferença entre o que fazia antes e o agora?
A diferença é grande. Teve uma evolução mas também muita paranóia. A evolução que sempre procuramos e hoje somos donos da nossa própria cabeça. Hoje as coisas são mais fáceis. Antes era mais difícil conseguir os beat, estúdio para gravar não era fácil. Hoje é mais fácil mas o pessoal não esforça. Não se dedicam muito hoje, antigamente as pessoas se esforçavam mais e dedicavam mais ao trabalho. E ouvia tudo lyrics (letra das musicas), e não tinham beat feitos aqui mas podia ver o esforço do MC. Neste momento tudo esta fácil e o pessoal como se perdeu valor. Digo não maltas não podem cair nisto. As pessoas tem que por na cabeça que quando as coisa ficam fáceis tem de da graças a Deus. Temos de arranjar forma de mostrar que as coisas ficaram fáceis mas não podemos tomar na brincadeira, porque isto é uma luta e foi uma luta desde há muitos anos atrás. Hoje o hip hop esta a subir, temos a Senzala (estúdio de gravação) onde podem vir gravar. Expavi abra as portas para as pessoas gravarem sem problemas senão fechava as portas e era só para o meu grupo, mas não quero isto, quero abrir as portas para ajudar São Vicente e Cabo Verde a mudar a mentalidade. É uma forma de luta e de revolução.

primeira parte

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